No Mês do Orgulho, o Instituto Ser+ quer mostrar o atual cenário que as pessoas trans enfrentam e falar da importância da inclusão,
Estamos em junho, mês considerado um marco na luta dos LGBTQIAP+ por direitos, espaço no mercado, visibilidade, enfim, de uma inserção na sociedade sem preconceitos e violência. No Mês do Orgulho, o Instituto Ser+ quer mostrar o atual cenário que as pessoas trans enfrentam e falar da importância da inclusão dessas pessoas nas organizações.Na verdade, os debates e avanços de inclusão de pessoas transgêneros ainda são recentes e, de certa maneira, insipientes. Apenas em junho de 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela criminalização da homofobia e da transfobia, que passaram a ser enquadradas pela Lei de Racismo (7.716/1989).Os avanços ainda são tímidos. O Brasil foi, em 2022, o país que mais assassinou pessoas trans no mundo pelo 14º ano consecutivo, como destaca os dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Ainda segundo a Antra, por exemplo, a evasão escolar de pessoas trans é alta, e 82% e 90% das travestis e transexuais estão na prostituição.Esse panorama mostra o quanto é preciso falar sobre cultura e o respeito de pessoas trans, incluindo no ambiente corporativo. Para ajudar a sua empresa a adotar ações afirmativas e incluir pessoas trans em seu quadro profissional, o Instituto Ser+ possui o Programa Diversidades. Confira as dicas a seguir!
Tapar os olhos não é a solução, ainda mais sabendo que mais de 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais se declaram lésbicas, gays ou bissexuais. Os números são da Pesquisa ‘Orientação sexual autoidentificada da população adulta de 2022’, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Apesar de já representar um número representativo, os dados são considerados subnotificados, uma vez que muitos ainda sofrem a pressão por se autodeclararem trans. Mas o fato é que vivemos em um mundo que, cada vez mais, busca-se entender as diferenças ao invés de tornar o assunto um tabu. Então, a conscientização começa entendendo a palavra transgênero (trans) e as nuances atreladas ao conceito.Transgênero (trans) é o indivíduo que não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer. Atualmente, a palavra tem abrangido de forma genérica todos os casos de indivíduos que não se enquadram nas imposições culturais de gênero.Essas pessoas ainda enfrentam muitas dificuldades para conquistarem espaços no mercado formal e acabam encontrando barreiras sociais desde os processos seletivos. Até mesmo durante o seu período de trabalho na instituição. Mas a sua empresa pode minimizar esse impacto e ainda ter profissionais capacitados e que “vestem” a camisa da corporação.
O primeiro passo é a sensibilização e treinamento do seu quadro de colaboradores. Dica importante: não é preciso ter uma pessoa trans no espaço de trabalho para realizar workshops e palestras que abordem a transgeneridade, de preferência ministradas por uma pessoa trans. Um ambiente inclusivo deve ser um espaço livre de preconceitos e estereótipos, e isso inclui toda a equipe.Tente imaginar a sua empresa: como uma pessoa trans se sentiria fazendo parte da equipe? Ela estaria em um ambiente de trabalho acolhedor? De fato, a inclusão de pessoas trans é um tema recente, por isso, é importante as empresas tratarem o assunto de forma educativa e inclusiva, e não esperar que as próprias pessoas trans sejam educadoras. Ficar respondendo perguntas pode gerar um ambiente exclusivo e estressante.Para lidar com essas situações e prestar orientações, a sua empresa conta com a parceria do Instituto Ser+. O Instituto, em parceria com o Grupo Cia de Talentos, possui o Programa Diversidade, que envolve o acompanhamento psicossocial, mentorias e auxílio na empregabilidade de pessoas trans. Assim, o Ser+ favorece a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho e oferece todo o apoio à sua empresa nos processos inclusivos.
Tudo começa pelas oportunidades. Primeiro passo é investir em vagas afirmativas para pessoas trans e possuir uma equipe preparada para realização do processo seletivo, principalmente o RH. Profissionais que atuam na seleção, e que não possuem o hábito de trabalharem com vagas afirmativas, podem ter julgamentos enviesados por preconceitos, mesmo que não perceba.Por isso, é essencial que a equipe de recrutamento esteja preparada para essas situações e que enxergue essas pessoas sob o ponto de vista profissional, com muito respeito. Aliás, tudo começa pela etapa de candidatura. Crie formulários com as perguntas inclusivas, como espaços para preencher a sexualidade e identidade de gênero com alternativas diversas, locais para inserir o pronome com o qual a pessoa candidata/se identifica e o nome social.Durante a entrevista, utilize o nome e os pronomes com que a pessoa se identifica. Caso não saiba, pergunte, afinal, em alguns casos, algumas pessoas transgêneros ainda possuem em seu documentos os chamados nomes mortos (dos quais foram registrados), por isso, o ideal é perguntar como a pessoa gostaria de ser chamada.Outra atitude muito importante e inclusiva é se ater às perguntas importantes ao processo seletivo. Nada de perguntas invasivas e que não envolvam as questões profissionais. A opinião do recrutador sobre a vida pessoal do indivíduo que se candidata não é importante para o processo. É importante sim, apresentar as políticas contra discriminação da empresa.
Contratei uma pessoa trans, e agora? Comece pelas documentações, incluindo a identidade de gênero e nome social nos crachás e demais identificações, por exemplo. Sobre os banheiros há opções: providencie banheiros sem distinção de gênero, ou permita o uso do banheiro com o gênero ao qual a pessoa se identifica, ou mesmo crie banheiros mistos. Nesse sentido, é importante retirar a obrigatoriedade de códigos de vestimenta pautados em gênero.Dentro das políticas inclusivas da empresa, é importante manter uma escuta ativa, abrindo espaços de conversa em que as pessoas trans podem falar e serem ouvidas, mantendo assim um ambiente mais aconchegante e seguro para livre expressão. Nesse cenário, inclua no treinamento dos colaboradores temas como transfobia e assédio sexual, promovendo canais de escuta e mesmo de denúncia dentro da empresa.O apoio psicológico e social a essas pessoas também é indispensável, principalmente pelo histórico de discriminação e traumas que carregam ao longo da vida. Cuidar do bem-estar mental de pessoas trans também é uma forma de alcançar o melhor desempenho desses profissionais. Empresário, pessoas trans e sociedade só têm a ganhar nesse processo.O Ser+, inclusive, é parceira da sua empresa na inclusão de pessoas trans, fazendo todo esse acompanhamento com psicólogos e assistentes sociais, participando desde o processo seletivo até na empregabilidade. Sem contar que o Instituto oferece mentoria com voluntários mentores, contribuindo na formação no desenvolvimento pessoal, profissional e de humanização desses profissionais.
Líderes e executivos, é preciso falar de empregos formais para pessoas trans, sim! Esse não é mais um assunto do futuro, é o presente. Empresas que investem em vagas afirmativas adotam estratégias de employer branding, gerando uma percepção positiva dos colaboradores e do público. A prova está aí, uma companhia de cosméticos teve alta de 6,73% na Ibovespa após campanha do Dia dos Pais que incluía transgênero.Então, não perca tempo e desenvolva as políticas da sua empresa relativas às pessoas colaboradoras trans. É primordial incluir essas pessoas no processo de criação das políticas inclusivas. Elas devem fazer parte do processo de criação e acompanhamento das mudanças instauradas na empresa, inclusive das mudanças exigidas aos demais colaboradores e liderança.É comum, pelo histórico de preconceitos sofridos por esses indivíduos, que eles se sintam minorizados, excluídos ou insuficientes para exercerem as atividades do cargo. Por isso o suporte psicológico e a assistência, oferecidos pelo Instituto Ser+, são maneiras de ajudar, mantendo o engajamento dessas pessoas e o bom desempenho. Sua empresa vai lucrar e fazer a diferença na vida de quem tanto precisa de apoio.